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.Um homemque encontrou um deus, e o deus lhe ofereceu o que quisesse.Midas já era muito rico,mas queria mais dinheiro, e pediu para transformar em ouro tudo que tocasse. Deixe-me recordar-lhes o que aconteceu: primeiro, Midas transformou em ouroseus móveis, seu palácio, tudo que o cercava.Trabalhou uma manhã inteira, e passou ater um jardim de ouro, árvores de ouro, escadarias de ouro.Ao meio-dia sentiu fome, equis comer.Mas, quando tocou na suculenta perna de carneiro que seus empregadoshaviam preparado, ela também transformou-se em ouro.Levantou um copo de vinho, eeste logo transformou-se em ouro.Desesperado, correu até a mulher, pedindo que oajudasse, pois agora entendia o erro que havia cometido; quando tocou em seu braço,ela virou uma estátua dourada. Os empregados saíram correndo dali, com medo que acontecesse a mesma coisacom eles.Em menos de uma semana, Midas havia morrido de fome e de sede, cercadode ouro por todos os lados. Por que nos conta esta história? perguntou a mulher do prefeito, já deixandoa barra no chão e voltando para o lado do marido. Acaso algum deus veio até Viscose nos deu este poder? Conto esta história por uma simples razão; o ouro, em si mesmo, não vale nada.Absolutamente nada.Não podemos comê-lo, bebê-lo, usá-lo para comprar mais animaisou terras.O que vale é o dinheiro; e como vamos transformar este ouro em dinheiro? Podemos fazer duas coisas: pedir que o ferreiro derreta estas barras, divida em280 pedaços iguais, e cada um irá até a cidade trocá-lo.Na mesma hora, levantaremos asuspeita das autoridades, porque não existe ouro neste vale, e é muito estranho quetodos os habitantes de Viscos apareçam com uma pequena barra.As autoridadesdesconfiarão.Nós diremos que achamos um antigo tesouro celta.Uma rápida pesquisadirá que o ouro foi recém-fundido, que escavações já foram feitas aqui, que os celtasnão tinham ouro nesta quantidade ou teriam erigido uma grande e luxuosa cidade nolocal. Você é uma menina ignorante disse o dono das terras. Levaremos asbarras exatamente como estão, com selo do governo e tudo.Trocaremos num banco, edividiremos o dinheiro entre nós. Esta era a segunda coisa.O prefeito pega as dez barras de ouro, vai até o banco,e pede para que sejam trocadas por dinheiro.O caixa do banco não irá fazer asperguntas que faria se todos nós aparecêssemos com uma barra para trocar; como oprefeito é uma autoridade, apenas pedirá os documentos da compra do ouro.O prefeitodirá que não os tem, mas que como diz sua mulher ali está o carimbo do governo,e é verdadeiro.Ali está a data e o número de série. A esta altura, o homem que nos deu o ouro já estará longe daqui.O caixa irá pedirum certo tempo, pois, embora conheça o prefeito, e saiba que ele é honesto, precisam deautorização para liberar uma quantia tão grande de dinheiro.Vão começar a perguntarcomo o ouro apareceu.O prefeito dirá que foi o presente de um estrangeiro afinal, onosso prefeito é inteligente, e tem resposta para tudo. Então, depois do caixa falar com o gerente, este embora não suspeite de nada,mas é um funcionário assalariado que tampouco quer correr riscos desnecessários chama a matriz do banco.Ali, ninguém conhece o prefeito, e qualquer retirada grande éconsiderada suspeita; pedem que aguarde dois dias, enquanto confirmam a origem dasbarras.E o que podem descobrir? Que este ouro foi dado como roubado.Ou que foicomprado por um grupo suspeito de negociar com drogas.Ela deu uma pausa.O medo que tivera, ao tentar pegar pela primeira vez a suabarra, era agora o medo de todos.A história de um homem é a história de toda ahumanidade. Porque este ouro tem número de série.Data.Este ouro é facilmenteidentificável.Todos olharam para o estrangeiro, que se mantinha impassível. Não adianta perguntar nada a ele disse Chantal. Teríamos que confiar queestaria dizendo a verdade, e um homem que pede para que um crime seja cometido, nãomerece confiança. Podemos prendê-lo aqui, até que o metal seja transformado em dinheiro disse o ferreiro.O estrangeiro acenou com a cabeça em direção à dona do hotel. Ele é intocável.Deve ter amigos poderosos.Telefonou na minha frente paravárias pessoas, reservou passagens; se sumir, saberão que foi seqüestrado, e virão atéViscos procurá-lo.Chantal deixou sua barra de ouro no chão, e saiu da linha de tiro.As outrasmulheres fizeram o mesmo. Podem disparar, se quiserem.Mas, como eu sei que isso é uma armadilha doestrangeiro, não vou compartilhar deste crime. Você não pode saber nada! disse o dono das terras. Se eu estiver certa, em breve o prefeito estará atrás das grades, e as pessoasvirão até Viscos saber de quem ele roubou este tesouro.Alguém terá que explicaralguma coisa, e não serei eu. Mas prometo ficar calada; direi apenas que não sei o que houve.Além do mais, oprefeito é um homem que conhecemos ao contrário do estrangeiro, que parte deViscos amanhã.Pode ser que assuma a culpa sozinho, diga que roubou de um homemque apareceu em Viscos, e aqui ficou durante uma semana.Ele será considerado pornós todos como um herói, o crime jamais será descoberto, e continuaremos a vivernossas vidas mas, de uma maneira ou de outra sem o ouro. Eu farei isso! disse o prefeito, sabendo que tudo aquilo era uma invençãodaquela louca.Entretanto, já escutava o primeiro ruído de uma espingarda sendo dobrada de novo. Confiem em mim! gritava o prefeito
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